A sustentabilidade é a tradução concreta do princípio ético da responsabilidade. Somos responsáveis por aquilo que fizemos no passado; mas somo-lo sobretudo pelas escolhas que fazemos ou não fazemos, no presente, e pelas consequências que tais escolhas ou omissões vão ter no futuro dos nossos filhos e netos. Sabemos hoje melhor do que nunca que os recursos são finitos e os sistemas vivos muito frágeis. Ser a favor da sustentabilidade é, hoje, perfilhar um estado de consciência civilizacional, segundo o qual as nossas práticas e os nossos modos de vida não podem nem devem impossibilitar a vida humana das gerações vindouras. Este é um grande desafio que se coloca hoje às nossas sociedades. E que se impõe especialmente às universidades, porque não pode haver ciência sem consciência.
Efetivamente, as instituições de ensino superior (IES) têm um papel fundamental quer no fomento daquela consciência quer na implementação de práticas concretas de desenvolvimento sustentável, através das suas políticas e práticas ambientais, sociais, económicas e culturais. As IES têm a obrigação de desenvolver esforços para criar um futuro mais sustentável, seja na educação que proporcionam, seja pelo exemplo que dão, seja ainda nos impactos que a sua ação tem em esferas mais alargadas da nossa vida coletiva.
Dado o seu papel fundamental enquanto produtoras de conhecimento, as universidades podem e devem servir como um meio poderoso para ajudar a criar um futuro mais sustentável. Mais especificamente, isto implica que a UBI deve formar os seus estudantes para a necessidade de um desenvolvimento integral e sustentável, incluindo práticas e iniciativas de desenvolvimento sustentável em todos os aspetos do ensino, da investigação e dos serviços. Recentemente, foi implementado na UBI um projeto de eficiência energética que diminuiu imenso os gastos de eletricidade. É um bom exemplo. Mas «sustentabilidade» é também a UBI não permitir que um aluno sequer tenha de abandonar o ensino superior por falta de recursos financeiros. Falamos aqui da razão de existir da instituição. «Sustentabilidade» é igualmente, nos limites do possível, não permitir que nenhum professor, de modo especial os professores convidados, tenha de procurar outra universidade para entrar ou progredir na carreira. Falamos aqui da nossa «massa cinzenta» que de modo nenhum podemos desperdiçar. Podemos e devemos, pois, fazer ainda mais. Com o envolvimento de toda a comunidade ubiana, é isso que nos comprometemos a fazer. A Universidade deve preocupar-se com a inclusão de todos os seus membros, não dando lugar a qualquer tipo discriminações.
Além disso, ela tem a responsabilidade de preparar as novas gerações para os desafios científicos, tecnológicos e profissionais. E ainda de as dotar de ferramentas de cidadania para um mundo de trabalho e de consumo cada vez mais globalizado e, também por isso, com maiores desafios sociais. As IES devem preocupar-se em proporcionar oportunidades inclusivas e equitativas no acesso à educação, promover oportunidades de aprendizagem ao logo da vida, e estimular um pensamento crítico e interdisciplinar que planeie um futuro mais sustentável. Simultaneamente, de acordo com os princípios desse mesmo desenvolvimento sustentável, nas suas atividades de investigação deve trabalhar a resolução de problemas enfrentados pela sociedade global.
A sustentabilidade da UBI deve também passar pela preocupação com o ambiente interno de estudo e de trabalho que proporciona aos seus estudantes e colaboradores, tendo sempre em vista os objetivos de qualidade de vida e do melhor desempenho profissional. Tal implica um redesenho da organização no sentido de incluir e aprofundar práticas concretas de desenvolvimento sustentável, não só internamente, como na articulação com a comunidade envolvente e a sociedade no geral.
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